Monday, January 16, 2006

Primeira Introdução ao Livro do Rei de Ítaca



O Livro do Rei de Ítaca pretende ser um compêndio introdutório ao nosso movimento do Beijo de Gaia - essa deusa da terra na antiga mitologia grega; esse retorno à terra, à simplicidade, à comunidade. As linhas de força serão definidas por meio de uma série de textos de alguns dos seus mais brilhantes teorizadores e, claro, praticantes - pois ninguém com ideias tão fortes se pode cingir à palavra: inevitavelmente transborda o vebro para a carne.
O livro encontrar-se-á dividido em três secções, aqui indistintamente apresentadas ao ritmo a que serão trabalhadas. Uma primeira, intitulada Ceres ou O Campo, que reflectirá sobre o isolamento da sociedade e a experiência de regresso à terra e implicada auto-suficiência. Ponto forte desta será a tradução de Walden, de Thoreau. A segunda secção, apelidade de Témis ou A Lei, dedicar-se-á ao anarco-pacifismo, destacando-se as traduções de O Reino de Deus Está Dentro de Ti, de Tolstoi, e escritos de Gandhi vários. A terceira parte, chamada de Atena ou A Cidade, consiste numa reflexão sobre os aspectos mais práticos do processo de transição e num conjunto de reflexões dispersas da autoria do Rei de Ítaca sobre a temática e a problemática moderna, acompanhadas de outros escritores soltos de almas eminentes.
Como se escreve na declaração de 1838 da Sociedade para o Estabelecimento da Paz Entre os Homens: "Esperamos vencer pela Insensatez da Pregação. Tentaremos publicitar os nossos pontos de vista entre todas as pessoas, qualquer que seja a sua nação, clã, ou classe social a que pertençam." O primeiro passo para a concretização desta revolução pacífica, porém radical, é a divulgação da nossa ideologia através deste conjunto de textos que pretendemos que sirvam não só como veiculadores da nossa mensagem, mas também como compiladores da nossa sabedoria primeira nestes assuntos. O Livro do Rei de Ítaca deverá circular, de mão em mão, clandestinamente, paulatinamente penetrando nos corações das pessoas. Assim, orgulhar-nos-emos de podermos afirmar, como declarava Thoreau:
"Não me proponho escrever uma ode ao desânimo,
Mas cantar tão fortemente como um galo na manhã,
No seu poleiro, mais não seja para acordar os meus vizinhos."

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